segunda-feira, 5 de abril de 2010

CURSO DE BRAILLE ON-LINE?


Você já pensou em aprender a ler Braille? Pensa que só pessoas com deficiência visual é que precisam aprendê-la? Acha impossível aprender essa linguagem, ainda mais via internet?

Para quem acha impossível e/ou para quem acha necessário aprender Braille, vale à pena visitar o site Braille Virtual, lá será possível acessar um curso de ensino de Braille on-line...

Antes que vocês digam que estamos ficando doidas, esclarecemos que esse curso é para pessoas que enxergam, certo?

De uma forma simples e muito didática é possível aprender a ler Braille em algumas horas.

No site ainda tem a seção "Quebrar Preconceitos", que é uma espécie de cartilha que explica como relacionar-se com pessoas com deficiência visual...será de grande valia pra vocês, com certeza.

Aos incrédulos, recomendamos que visitem o site imediatamente e depois deixem comentários à respeito, apostamos que gostarão muito.

Vale lembrar que o site Braille Virtual é uma iniciativa da USP (Universidade de São Paulo), desenvolvido por FEUSP/LAMBRIMP (Faculdade de Educação da USP/Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos), CECAE (Coordenadoria Executiva de Cooperação Acadêmica e Atividades Especiais da USP), Projeto USP Legal - A USP aprendendo a conviver com a deficiência, e Rede SACI (Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação).

Esperamos que esta dica seja muito útil em sua prática pedagógica...


Um grande abraço

Francelise, Silmara e Valéria



quinta-feira, 25 de março de 2010

Um desafio chamado Inclusão.

A inclusão hoje é motivo de muitas discussões na educação e falar sobre o assunto não é fácil, mas necessário.
Embora as leis à respeito garantam aos portadores de necessidades especiais o acesso e a permanência no sistema regular de ensino, sabemos que a efetivação das mesmas esbarram em várias barreiras como: falta de estrutura física, materiais, recursos, capacitação profissional, etc.
Se por um lado a segregação imposta pela sociedade aos portadores de necessidades especiais é algo inaceitável, por outro a maneira como o discurso sobre inclusão tem sido colocado em prática nas escolas também é.
Mesmo sabendo das dificuldades encontradas, não devemos utilizar esses argumentos para cruzarmos os braços diante da inclusão.
No nosso país a discriminação ocorre à diversos grupos sociais, sejam eles deficientes ou não. Discrimina-se o pobre, o negro, o homossexual, a mulher, etc. e cabe a nós nos conscientizarmos de que todo ser humano tem direitos e os mesmos devem ser respeitados e exercidos plenamente.
Uma escola de qualidade é direito de todos, então , devemos colocar a mão na massa, encarando a inclusão como algo que requer um novo olhar e novas práticas pedagógicas.
E você vem conosco nessa caminhada?

Gostaríamos de deixar o endereço do site referente ao Projeto "Somos todos iguais" que fornece dados sobre o projeto e também dicas, textos, links ,etc. http://www.inclusao.com.br/
Vale a pena dar uma olhadinha!
Um abraço!
Francelise, Silmara e Valéria.

domingo, 7 de março de 2010

A HISTÓRIA DO BRASIL E A EDUCAÇÃO INDÍGENA



Você já parou para pensar sobre a história da dominação européia sobre os indígenas, a brutalização e a violência dos “descobridores” contra os indígenas, o longo e triste processo da tentativa de aculturação dos povos indígenas e a resistência dos mesmos à cultura dominante, bem como a situação dos povos indígenas atualmente?
Em um país como o Brasil, de dimensões continentais, com a diversidade em todos os âmbitos que essas dimensões proporcionam, era para sermos uma nação modelo no quesito respeito às diferenças, mas, a mentalidade de nossos governantes é incapaz, em sua grande maioria, de tornar a diversidade do povo brasileiro uma verdadeira riqueza, capaz de fortalecer ainda mais nossa nação.
Com certeza essa mentalidade atual e perversa de nossos governantes é advinda do processo da dominação portuguesa aqui no Brasil, processo vergonhoso, principalmente quando analisamos a história indígena de nosso país, pois os indígenas, na época da colonização, de donos da terra passaram a ser escravos, vendo suas terras sendo exploradas de forma desmedida, vendo suas famílias serem dizimadas, sua cultura sendo achincalhada e sendo violados em seu modo de viver e ver o mundo, mundo este que foi sendo controlado por gente apenas atrás de riquezas.
A questão da auto-organização do povo indígena, sinal de resistência dos indígenas à dominação européia, demonstra que os povos indígenas não se renderam assim tão facilmente à dominação branca e conseguiram, às custas de muitas lutas e mortes, se auto-organizarem em suas aldeias, onde incluem o mundo branco, mas mantém a ordem indígena, que foi a única forma deles sobreviverem no mundo dominado pelos “brancos”, e isso se manteve até os dias de hoje.
A história indígena, contada a partir da chegada dos portugueses aqui no Brasil , é triste e demonstra como foi feita a colonização brasileira: com vistas à exploração das riquezas que a “Terra Brasilis” oferecia, sem levar em conta os seres que aqui viviam antes deles, sem querer de fato constituir uma nação. As seqüelas desse tipo de colonização são visíveis ainda hoje, realçadas ainda mais pelo capitalismo e, como não podia deixar de ser, os povos indígenas continuam a sofrer, assim como outras populações de nossa nação, e a serem tratados como desiguais, incapazes, por exemplo, de gerir e cuidar de suas terras, assim como de ensinar às suas crianças seus saberes.
Ironicamente, o ensino também foi uma forma violenta de tentar fazer dos povos indígenas pessoas civilizadas, digo ironicamente, porque se hoje a educação é vista como elemento libertário ao cidadão, por vários períodos na história do mundo, também foi uma forma de dominação. E, pra dizer a verdade, se formos analisar friamente a Educação de nossa sociedade atualmente, da forma como está, continua a ser uma forma de conformação e dominação, não é?
Mas voltemos aos sujeitos e saberes da educação indígena!
Foi sob essa tentativa de aculturação, equivocada, que nasceu a educação indígena, primeiro com exploradores os escravizando, depois com jesuítas impingindo-lhes a doutrina cristã e os modos civilizados e depois, uma sociedade em formação que tratou das populações que a constituíam da forma mais conturbada possível. E assim é até hoje, infelizmente o Brasil ainda não se encontrou totalmente com sua maior riqueza que é sua diversidade.
Muitas etnias indígenas foram dizimadas e dissolvidas no decorrer destes séculos, mas as que conseguiram manter sua auto-organização se uniram, ainda que em suas bases étnicas fossem contrárias, para lutar pelo direito de respeito às diferenças e pela perpetuação de sua cultura e seus saberes.
Além das lutas por demarcação de terras e leis que se efetivem, muitas foram as estratégias para que as nações indígenas se mantivessem ao menos vivas. À título de curiosidade, vale à pena lembrar de um documentário chamado “Estratégia Xavante”, que conta a história de oito meninos índios que foram mandados à cidade para serem criados por famílias brancas, com o intuito de conhecer o “inimigo”, o warazu (homem branco na língua xavante), para poder então, traçar novas formas de combatê-lo. Na verdade, essa foi uma sábia estratégia desenvolvida pelo povo xavante na tentativa de preservar seu território e manter sua tradição com autonomia, através das histórias contadas pelos jovens índios que estudaram os costumes brancos nas grandes cidades com o objetivo de se tornarem interlocutores de seu povo. É um documentário curioso, sensível e inusitado, que vale a pena ser assistido!
Falando agora da educação indígena, faz-se necessário lembrar que, embora a questão da educação indígena seja discutida desde os tempos da época da colonização, nunca se chegou a um consenso que realmente consiga levar em conta os saberes indígenas sem passar pelos perigos da aculturação, para isso, basta observar como a legislação brasileira e nossos governantes tratam atualmente dos povos indígenas.
Aqui no Brasil os índios são tratados, individualmente, como cidadãos brasileiros com o direito de viver diferente e de acordo com as suas mais remotas tradições, pelo menos teoricamente, no entanto, não readquiriram sua autonomia plena, nem o direito tradicional de gerir as florestas e o cerrado, mesmo que esta gestão esteja limitada a uma reserva. O que acontece, geralmente, é que as leis e tratados aplicados aqui em relação aos indígenas tem muito mais a ver com os interesses de governantes e proprietários do que com a preservação real dos povos indígenas e seus costumes, cultura e saberes.
O ponto principal na questão da educação indígena tem a ver com a dialogicidade que ocorre atualmente, entre os povos indígenas e entidades (pedagógicas, governamentais, ONG´s, etc) que concorre para que novas formas de “educação indígena” sejam melhores adaptadas às realidades de cada povo em particular, buscando efetivá-las de forma a garantir o exercício dos direitos indígenas. É no campo do diálogo que nossa sociedade como um todo pode aproveitar os saberes indígenas e se fortalecer enquanto nação.
Para finalizar, acho que a sociedade brasileira tem muito que aprender com suas especificidades étnicas, mas o caminho a percorrer é longo e cheio de detalhes, aliás, o mundo ainda tem muito que aprender com as diferenças. Infelizmente, falta ao nosso mundo: a irmandade, o respeito às diferenças, a cooperação, a solidariedade e a vontade de compartilhar uma felicidade coletiva... Mas vamos tentando, não é? Um dia vamos aprender.
Assistam a um pedacinho do Documentário "Estratégia Xavante"... É muito interessante!
Um grande abraço e uma semana excelente a todos
Francelise, Silmara e Valéria

segunda-feira, 1 de março de 2010

PENSANDO SOBRE EDUCAÇÃO

Olá pessoal!
Faz um tempinho que não postamos, né? É assim mesmo, as aulas começaram e sabem como é a vida de professor, o tempo fica apertadinho... Mas vamos parar de dar desculpas e ir ao que interessa.
Nosso blog, como vocês já sabem, se chama Lidando com as Diferenças! e já postamos nele textos variados que os fizeram refletir sobre as diferenças, a indiferença, os direitos humanos e o preconceito, certo?
Agora, acompanhem o nosso raciocíno: como vencer o preconceito? como fazer com que as diferenças sejam respeitadas? como fazer com que os direitos humanos sejam exercidos livre e plenamente por todos?... Diante de todas estas indagações, vocês não acham que a Educação tem um papel predominante para que o mundo se torne mais justo, mais livre e onde TODOS possam viver melhor?
Nós, autoras deste blog, achamos que sim, que a Educação é um dos principais elementos para que o mundo se torne melhor, no entanto, não basta pensar na Educação pura e simples, formal, conteudista e conformada com a atual situação de nosso país. Para nós, e felizmente, para muitos outros colegas, a Educação deve ser repensada, melhorada, atualizada, voltada para a Diversidade e Cidadania, ou seja, uma Educação significativa e de qualidade para todos.
Falando assim, parece utopia, mas nós acreditamos que seja possível e, por isso, nas próximas postagens, vocês encontrarão textos que falam sobre a Educação para Diversidade e Cidadania, onde falaremos sobre a Educação Quilombola, a Educação Indígena, a Educação Para Jovens e Adultos e muito mais, que os farão refletir sobre essa possibilidade de uma Educação melhor e de qualidade para todos.
Esperamos que vocês nos acompanhem nesta longa caminhada, na qual, com certeza, aprenderemos a conviver como irmãos!
Tenham uma excelente semana e não se esqueçam de nos visitar no decorrer desses dias para compartilharmos nossas descobertas... Lembrem-se: aguardamos seus comentários!
Um grande abraço
Francelise, Silmara e Valéria

domingo, 21 de fevereiro de 2010

PRECONCEITO, RACISMO E DISCRIMINAÇÃO SOCIAL

Os termos "preconceito", "racismo" e "discriminação" são ouvidos constantemente por todos nós - infelizmente - mas vocês sabem, de fato, o que siginificada cada um deles?
O texto a seguir explica o que significa cada termo, bem como fala das leis relativas a eles.

"PRECONCEITO, RACISMO E DISCRIMINAÇÃO SOCIAL

O Estado brasileiro foi constituído a partir de diferentes matrizes étnicas e culturais, formando, assim, uma sociedade multicultural. As desigualdades sociais, construídas historicamente com base na exploração econômica, violência e escravidão gerou um modo de pensar e agir desiguais.

Várias são as incompreensões existentes entre os termos Preconceito, Racismo e Discriminação.

O documento Brasil, Gênero e Raça, lançado pelo Ministério do Trabalho, define:

Racismo – "a ideologia que postula a existência de hierarquia entre grupos humanos";

Preconceito - uma indisposição, um julgamento prévio negativo que se faz de pessoas estigmatizadas por estereótipos";

Estereótipo - "atributos dirigidos a pessoas e grupos, formando um julgamento a priori, um carimbo. Uma vez ‘carimbados’ os membros de determinado grupo como possuidores deste ou daquele ‘atributo’, as pessoas deixaram de avaliar os membros desses grupos pelas suas reais qualidades e passam a julgá-las pelo carimbo";

Discriminação – "é o nome que se dá para a conduta (ação ou omissão) que viola direitos das pessoas com base em critérios injustificados e injustos, tais como: a raça, o sexo, a idade, a opção religiosa e outros".

Racismo é crime inafiançável e imprescritível.(Art. 5.º, XLII, CF).

Segundo a Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. A Carta diz, também, que constituem princípios fundamentais da Republica Federativa do Brasil o de promover o bem comum, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação.

Dentre os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor, punidos pela lei (Leis N.º 7.716/89 e 9.459/97), estão os seguintes:

1 – Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Pública, bem como negar ou impedir emprego em empresa privada.

2 – Recusar, negar ou impedir a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino público de qualquer grau;

3 – Impedir o acesso ou recusar o atendimento nos seguintes locais: a) restaurantes, bares e confeitarias; b) estabelecimentos esportivos, casas de diversões e clubes sociais abertos ao público; c) hotéis, pensões e estalagens;

4 – Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e respectivos elevadores ou escadas de acesso."

O texto na íntegra está disponível em: http://www.dhnet.org.br/w3/ceddhc/bdados/cartilha14.htm
Todos contra todo tipo de preconceito!
Um grande abraço
Francelise, Silmara e Valéria


ESCOLA É DOMINADA POR PRECONCEITOS

Escola é dominada por preconceitos, revela pesquisa
Segundo matéria publicada pelo jornal Estadão no dia 18 de junho de 2009, a escola é dominada por preconceitos. Onde há mais hostilidade, desempenho em avaliação é pior; deficientes e negros são principais vítimas.

Simone Iwasso e Fábio Mazzitelli
O preconceito e a discriminação estão fortemente presentes entre estudantes, pais, professores, diretores e funcionários das escolas brasileiras. As que mais sofrem com esse tipo de manifestação são as pessoas com deficiência, principalmente mental, seguidas de negros e pardos. Além disso, pela primeira vez, foi comprovada uma correlação entre atitudes preconceituosas e o desempenho na Prova Brasil, mostrando que as notas são mais baixas onde há maior hostilidade ao corpo docente da escola.
Esses dados fazem parte de um estudo inédito realizado em 501 escolas com 18.599 estudantes, pais e mães, professores e funcionários da rede pública de todos os Estados do País. A principal conclusão foi de que 99,3% dos entrevistados têm algum tipo de preconceito e que mais de 80% gostariam de manter algum nível de distanciamento social de portadores de necessidades especiais, homossexuais, pobres e negros. Do total, 96,5% têm preconceito em relação a pessoas com deficiência e 94,2% na questão racial.

"A pesquisa mostra que o preconceito não é isolado. A sociedade é preconceituosa, logo a escola também será. Esses preconceitos são tão amplos e profundos que quase caracterizam a nossa cultura", afirma o responsável pela pesquisa, o economista José Afonso Mazzon, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA). Ele fez o levantamento a pedido do Inep e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, órgãos do Ministério da Educação (MEC).

Segundo Daniel Ximenez, diretor de estudos e acompanhamento da secretaria, os resultados vão embasar projetos que possam combater preconceitos levados para a escola - e que ela não consegue desconstruir, acabando por alimentá-los. "É possível pensarmos em cursos específicos para a equipe escolar. Mas são ações que demoram para ter resultados efetivos."

BULLYING
A pesquisa mostrou também que pelo menos 10% dos alunos relataram ter conhecimento de situações em que alunos, professores ou funcionários foram humilhados, agredidos ou acusados injustamente apenas por fazer parte de algum grupo social discriminado, ações conhecidas como bullying. A maior parte (19%) foi motivada pelo fato de o aluno ser negro. Em segundo lugar (18,2%) aparecem os pobres e depois a homossexualidade (17,4%). No caso dos professores, o bullying é mais associado ao fato de ser idoso (8,9%). Entre funcionários, o maior fator para ser vítima de algum tipo de violência - verbal ou física - é a pobreza (7,9%).

Nas escolas onde as agressões são mais intensas, o desempenho na Prova Brasil é menor. "É lamentável e preocupante verificar que isso ocorre, mas os dados servem como alerta para que a escola possa refletir e agir para modificar esse cenário", diz Anna Helena Altenfelder, educadora do Cenpec. "As pessoas não são preconceituosas por natureza. O preconceito é construído nas relações sociais. Isso pode ser modificado."

sábado, 20 de fevereiro de 2010

IGUAL NO CORAÇÃO

Olá pessoal!
Vocês conhecem o Projeto Bem-Me-Quer? Vale a pena dar uma olhadinha no site http://www.projetobemmequer.org.br/ e explorá-lo, tem coisas muitíssimo interessantes por lá.
O objetivo do projeto é contribuir para a melhoria da convivência entre crianças e adolescentes brasileiros, por meio do incentivo à aceitação das diferenças, promovendo uma educação de respeito e valorização à diversidade. Sendo assim, os temas que o Bem-Me-Quer aborda são: raça/etnia, regionalismo, religião, gênero, orientação sexual, deficiências e classe social.
Para deixá-los instigados a visitarem o site, vejam uma das peças publicitárias do projetoTenham um ótimo sábado!

Grande abraço
Francelise, Silmara e Valéria

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

DIREITOS HUMANOS NO BRASIL



Quando falamos em Direitos Humanos no Brasil nos remetemos ao fato dos mesmos só favorecerem os bandidos. Porque será? Essa indagação é mais comum do que pensamos. Para desmistificar esta questão escolhemos um texto que aborda o assunto.
Boa Leitura!

Um abraço

Francelise, Silmara e Valéria.



Cartilha de Direitos Humanos
Ricardo Balestreri


Por que, no Brasil, a defesa dos Direitos Humanos é rejeitada, por muitos, como “defesa de bandidos”?
Basicamente, por duas razões:

Em primeiro lugar, por ignorância.

Diante de assustador crescimento da violência e da insegurança pública, muitos segmentos sociais passam a acreditar em simplificações como, por exemplo, a eliminação do crime através da eliminação dos criminosos.

A “lógica da eliminação” aponta para falsas soluções que, tentadas através dos tempos, praticamente nada realizaram em termos de efetiva Segurança Pública: penalização, banalização do aprisionamento, construção descriteriosa de presídios, enfrentamentos de “guerra”, matanças, tortura, pena de morte em alguns países, apesar de práticas “corriqueiras”, não foram medidas redutoras da violência e da criminalidade. Ao contrário, os cidadãos se encontram cada vez mais encurralados e atemorizados.

Se continuarmos apostando na mesma direção, vamos continuar obtendo os mesmos resultados.

A longo prazo, somente políticas públicas sociais e educacionais, de inclusão, poderão reduzir a criminalidade. Mas, dizer isso pode tornar-se um lugar comum irritante, que não oferece saídas mais imediatas para a população. A curto e médio prazos também precisamos agir com boas políticas objetivas de segurança. Contudo, não é a eliminação e a truculência que resolvem. O que resolve é a inteligência na prevenção e na repressão, na presença ostensiva dos operadores policiais e na correta produção da prova. O que resolve é uma intervenção fundada na razão, na informação, na técnica, na ciência, na comunicação, na estratégia.

O crime organizado é, hoje, seguramente, a “indústria” mais lucrativa do planeta. Está fundamentado em processos sofisticados, racionais e globalizados. Nele se sustenta toda a cultura de violência planetária (mesmo aquela aparentemente não formalmente vinculada). Tal potência, que não é um mito, não se afeta pela “lógica da eliminação individual”. Os que caem são imediatamente substituídos e a “indústria” continua intacta.

É obvio que precisamos punir, dentro da lei e da ética, em nome de um bem maior, as condutas individuais sociopáticas. Isso, contudo , é paliativo e não afeta a raiz do problema. É simplista.

Além tudo, se, ao punir os criminosos, o Estado e seus agentes se portam como se também criminosos fossem, rebaixando-se à práticas que significam perda de dignidade, dá-se um mau exemplo à sociedade, cria-se consfusão moral e caos, sugere-se que os “fins justificam os meios” (com todas as consequências práticas que esse tipo de cultura traz ao dia-a-dia) e aumenta-se, ainda mais, a ciranda da violência.

É preciso rigor e firmeza, sim. Mas isso jamais pode confundir-se com emocionalismo barato, amadorismo, truculência, psicopatia auto-justificada. Não se pode combater condutas destituídas de senso moral à partir da abdicação do senso moral. A repressão à práticas socialmente lesivas precisa ser enérgica mas sem perda da própria identidade de valores do sistema democrático e de seus operadores.

Obviamente, grande parte da sociedade, não por má fé mas por ignorância, desconhece isso, acreditando que a violência no combate à violência é que vai assegurar a paz social. Nesse contexto, não por má fé mas por ignorância, a militância por direitos humanos passa a ser vista como “um estorvo”, um “impedimento ao trabalho da polícia”, um “estímulo à impunidade”, uma “defesa de bandidos”.

A segunda razão está afeta ao período da ditadura militar e à herança que dele carregamos.

Na fase da ditadura, compreensivelmente, as Organizações de Direitos Humanos e a Polícia estavam em confronto.

A ditadura acabou, felizmente, e ingressamos - ainda que recentemente, em termos históricos – na normalidade democrática. Em períodos assim é possível, por herança cultural, que, equivocadamente, parte das organizações continuem vendo a polícia como inimiga e vice-versa.

Ao contrário, precisamos perceber que as políticas públicas de segurança e seus operadores diretos são sustentáculos indispensáveis da democracia, que têm como missão resguardar e promover os direitos humanos.

A população, especialmente a mais humilde e indefesa, sofre, cotidianamente, os efeitos perversos do crime e da insegurança. O crime gera pobreza e dependência, uma vez que impede a liderança popular autônoma, o livre empreendedorismo, a livre organização e a possibilidade de um ensino desamarrado de controle local e censura (fechamento de escolas, ameaças a diretores e professores, cerceamento da atividade de grupos religiosos, etc.).
Assim, se atacarmos a polícia como instituição, estaremos atacando a próprio povo que a permissionou e que dela necessita.
A confusão entre polícia e más práticas policiais (estas, sim, merecendo ser denunciadas e combatidas) pode incrementar uma rejeição popular à nossa causa civilizatória dos Direitos Humanos e dar a falsa impressão de que não nos importamos com o combate à criminalidade.
Felizmente, cresce a cada dia o número de Organizações que percebem a importância desse cuidado no trato, estando em curso uma nova forma de abordagem, mais adequada aos tempos democráticos, mais precisa e mais prudente.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

DIREITOS HUMANOS

Pesquisando na internet - pra variar! - achamos um material muito interessante sobre Direitos Humanos, que poderemos utilizar em sala de aula, até mesmo com os alunos menores: é a cartilha "Os Direitos Humanos", desenvolvida pelo cartunista Ziraldo, editada em 2008 pela Secretaria Especial da Presidência da República, em parceria com o Ministério da Educação.
Com a ilustração muito legal e com um texto claro e simples, dá pra entender o que são os Direitos Humanos, pois o personagem Menino Maluquinho participa de situações que retratam os diversos temas dos Direitos Humanos como cidadania, igualdade, saúde, meio ambiente e moradia.
Dá pra baixar a cartilha na íntegra pelo link
Temos certeza de que vocês gostarão do material!
Um enorme abraço
Francelise, Silmara e Valéria

A Diferença da Indiferença

Hoje, como ontem e talvez amanhã, pensa-se que alguém nos virá dizer que devemos ser todos iguais, ou, pelo menos, quase, quase iguais?O que significa isso? Não darmos significado à existência ou, a ela, sermos inacreditavelmente inadequados?Ouve-se dizer, por muitos, que a diferença é um direito, mas, por poucos, que devia ser um dever?E o direito ou dever de ser diferente faz de nós todos iguais? E já seremos todos iguais porque em igualdade decidimos ser diferentes?E a indiferença?A diferença permite-nos ser indiferentes? Ao ser indiferente estamos a optar pela diferença ou apenas por sermos todos iguais?Quando no nosso dia a dia, ao virar de uma esquina, somos incentivados a manifestar o nosso pensar, a defendê-lo e a agir em consonância, estamos a exercer o nosso direito ou o nosso dever da diferença? E o que dizer quando, confrontados com a falta de solidariedade, com a falta de consideração e respeito, optamos pela diferença de ser indiferentes?Ser diferente é glorificante? E a indiferença é penalizadora? Qual a vantagem de ser indiferente à diferença? E diferente na indiferença?Dúvidas? Não, apenas questões. E, de momento, apenas duas conclusões:- “A indiferença é abominável”, e, como disse Sócrates,- “A vida não examinada não é digna de ser vivida”.
(Carlos Ramos)
Um grande abraço
Francelise, Silmara e Valéria