quinta-feira, 25 de março de 2010

Um desafio chamado Inclusão.

A inclusão hoje é motivo de muitas discussões na educação e falar sobre o assunto não é fácil, mas necessário.
Embora as leis à respeito garantam aos portadores de necessidades especiais o acesso e a permanência no sistema regular de ensino, sabemos que a efetivação das mesmas esbarram em várias barreiras como: falta de estrutura física, materiais, recursos, capacitação profissional, etc.
Se por um lado a segregação imposta pela sociedade aos portadores de necessidades especiais é algo inaceitável, por outro a maneira como o discurso sobre inclusão tem sido colocado em prática nas escolas também é.
Mesmo sabendo das dificuldades encontradas, não devemos utilizar esses argumentos para cruzarmos os braços diante da inclusão.
No nosso país a discriminação ocorre à diversos grupos sociais, sejam eles deficientes ou não. Discrimina-se o pobre, o negro, o homossexual, a mulher, etc. e cabe a nós nos conscientizarmos de que todo ser humano tem direitos e os mesmos devem ser respeitados e exercidos plenamente.
Uma escola de qualidade é direito de todos, então , devemos colocar a mão na massa, encarando a inclusão como algo que requer um novo olhar e novas práticas pedagógicas.
E você vem conosco nessa caminhada?

Gostaríamos de deixar o endereço do site referente ao Projeto "Somos todos iguais" que fornece dados sobre o projeto e também dicas, textos, links ,etc. http://www.inclusao.com.br/
Vale a pena dar uma olhadinha!
Um abraço!
Francelise, Silmara e Valéria.

domingo, 7 de março de 2010

A HISTÓRIA DO BRASIL E A EDUCAÇÃO INDÍGENA



Você já parou para pensar sobre a história da dominação européia sobre os indígenas, a brutalização e a violência dos “descobridores” contra os indígenas, o longo e triste processo da tentativa de aculturação dos povos indígenas e a resistência dos mesmos à cultura dominante, bem como a situação dos povos indígenas atualmente?
Em um país como o Brasil, de dimensões continentais, com a diversidade em todos os âmbitos que essas dimensões proporcionam, era para sermos uma nação modelo no quesito respeito às diferenças, mas, a mentalidade de nossos governantes é incapaz, em sua grande maioria, de tornar a diversidade do povo brasileiro uma verdadeira riqueza, capaz de fortalecer ainda mais nossa nação.
Com certeza essa mentalidade atual e perversa de nossos governantes é advinda do processo da dominação portuguesa aqui no Brasil, processo vergonhoso, principalmente quando analisamos a história indígena de nosso país, pois os indígenas, na época da colonização, de donos da terra passaram a ser escravos, vendo suas terras sendo exploradas de forma desmedida, vendo suas famílias serem dizimadas, sua cultura sendo achincalhada e sendo violados em seu modo de viver e ver o mundo, mundo este que foi sendo controlado por gente apenas atrás de riquezas.
A questão da auto-organização do povo indígena, sinal de resistência dos indígenas à dominação européia, demonstra que os povos indígenas não se renderam assim tão facilmente à dominação branca e conseguiram, às custas de muitas lutas e mortes, se auto-organizarem em suas aldeias, onde incluem o mundo branco, mas mantém a ordem indígena, que foi a única forma deles sobreviverem no mundo dominado pelos “brancos”, e isso se manteve até os dias de hoje.
A história indígena, contada a partir da chegada dos portugueses aqui no Brasil , é triste e demonstra como foi feita a colonização brasileira: com vistas à exploração das riquezas que a “Terra Brasilis” oferecia, sem levar em conta os seres que aqui viviam antes deles, sem querer de fato constituir uma nação. As seqüelas desse tipo de colonização são visíveis ainda hoje, realçadas ainda mais pelo capitalismo e, como não podia deixar de ser, os povos indígenas continuam a sofrer, assim como outras populações de nossa nação, e a serem tratados como desiguais, incapazes, por exemplo, de gerir e cuidar de suas terras, assim como de ensinar às suas crianças seus saberes.
Ironicamente, o ensino também foi uma forma violenta de tentar fazer dos povos indígenas pessoas civilizadas, digo ironicamente, porque se hoje a educação é vista como elemento libertário ao cidadão, por vários períodos na história do mundo, também foi uma forma de dominação. E, pra dizer a verdade, se formos analisar friamente a Educação de nossa sociedade atualmente, da forma como está, continua a ser uma forma de conformação e dominação, não é?
Mas voltemos aos sujeitos e saberes da educação indígena!
Foi sob essa tentativa de aculturação, equivocada, que nasceu a educação indígena, primeiro com exploradores os escravizando, depois com jesuítas impingindo-lhes a doutrina cristã e os modos civilizados e depois, uma sociedade em formação que tratou das populações que a constituíam da forma mais conturbada possível. E assim é até hoje, infelizmente o Brasil ainda não se encontrou totalmente com sua maior riqueza que é sua diversidade.
Muitas etnias indígenas foram dizimadas e dissolvidas no decorrer destes séculos, mas as que conseguiram manter sua auto-organização se uniram, ainda que em suas bases étnicas fossem contrárias, para lutar pelo direito de respeito às diferenças e pela perpetuação de sua cultura e seus saberes.
Além das lutas por demarcação de terras e leis que se efetivem, muitas foram as estratégias para que as nações indígenas se mantivessem ao menos vivas. À título de curiosidade, vale à pena lembrar de um documentário chamado “Estratégia Xavante”, que conta a história de oito meninos índios que foram mandados à cidade para serem criados por famílias brancas, com o intuito de conhecer o “inimigo”, o warazu (homem branco na língua xavante), para poder então, traçar novas formas de combatê-lo. Na verdade, essa foi uma sábia estratégia desenvolvida pelo povo xavante na tentativa de preservar seu território e manter sua tradição com autonomia, através das histórias contadas pelos jovens índios que estudaram os costumes brancos nas grandes cidades com o objetivo de se tornarem interlocutores de seu povo. É um documentário curioso, sensível e inusitado, que vale a pena ser assistido!
Falando agora da educação indígena, faz-se necessário lembrar que, embora a questão da educação indígena seja discutida desde os tempos da época da colonização, nunca se chegou a um consenso que realmente consiga levar em conta os saberes indígenas sem passar pelos perigos da aculturação, para isso, basta observar como a legislação brasileira e nossos governantes tratam atualmente dos povos indígenas.
Aqui no Brasil os índios são tratados, individualmente, como cidadãos brasileiros com o direito de viver diferente e de acordo com as suas mais remotas tradições, pelo menos teoricamente, no entanto, não readquiriram sua autonomia plena, nem o direito tradicional de gerir as florestas e o cerrado, mesmo que esta gestão esteja limitada a uma reserva. O que acontece, geralmente, é que as leis e tratados aplicados aqui em relação aos indígenas tem muito mais a ver com os interesses de governantes e proprietários do que com a preservação real dos povos indígenas e seus costumes, cultura e saberes.
O ponto principal na questão da educação indígena tem a ver com a dialogicidade que ocorre atualmente, entre os povos indígenas e entidades (pedagógicas, governamentais, ONG´s, etc) que concorre para que novas formas de “educação indígena” sejam melhores adaptadas às realidades de cada povo em particular, buscando efetivá-las de forma a garantir o exercício dos direitos indígenas. É no campo do diálogo que nossa sociedade como um todo pode aproveitar os saberes indígenas e se fortalecer enquanto nação.
Para finalizar, acho que a sociedade brasileira tem muito que aprender com suas especificidades étnicas, mas o caminho a percorrer é longo e cheio de detalhes, aliás, o mundo ainda tem muito que aprender com as diferenças. Infelizmente, falta ao nosso mundo: a irmandade, o respeito às diferenças, a cooperação, a solidariedade e a vontade de compartilhar uma felicidade coletiva... Mas vamos tentando, não é? Um dia vamos aprender.
Assistam a um pedacinho do Documentário "Estratégia Xavante"... É muito interessante!
Um grande abraço e uma semana excelente a todos
Francelise, Silmara e Valéria

segunda-feira, 1 de março de 2010

PENSANDO SOBRE EDUCAÇÃO

Olá pessoal!
Faz um tempinho que não postamos, né? É assim mesmo, as aulas começaram e sabem como é a vida de professor, o tempo fica apertadinho... Mas vamos parar de dar desculpas e ir ao que interessa.
Nosso blog, como vocês já sabem, se chama Lidando com as Diferenças! e já postamos nele textos variados que os fizeram refletir sobre as diferenças, a indiferença, os direitos humanos e o preconceito, certo?
Agora, acompanhem o nosso raciocíno: como vencer o preconceito? como fazer com que as diferenças sejam respeitadas? como fazer com que os direitos humanos sejam exercidos livre e plenamente por todos?... Diante de todas estas indagações, vocês não acham que a Educação tem um papel predominante para que o mundo se torne mais justo, mais livre e onde TODOS possam viver melhor?
Nós, autoras deste blog, achamos que sim, que a Educação é um dos principais elementos para que o mundo se torne melhor, no entanto, não basta pensar na Educação pura e simples, formal, conteudista e conformada com a atual situação de nosso país. Para nós, e felizmente, para muitos outros colegas, a Educação deve ser repensada, melhorada, atualizada, voltada para a Diversidade e Cidadania, ou seja, uma Educação significativa e de qualidade para todos.
Falando assim, parece utopia, mas nós acreditamos que seja possível e, por isso, nas próximas postagens, vocês encontrarão textos que falam sobre a Educação para Diversidade e Cidadania, onde falaremos sobre a Educação Quilombola, a Educação Indígena, a Educação Para Jovens e Adultos e muito mais, que os farão refletir sobre essa possibilidade de uma Educação melhor e de qualidade para todos.
Esperamos que vocês nos acompanhem nesta longa caminhada, na qual, com certeza, aprenderemos a conviver como irmãos!
Tenham uma excelente semana e não se esqueçam de nos visitar no decorrer desses dias para compartilharmos nossas descobertas... Lembrem-se: aguardamos seus comentários!
Um grande abraço
Francelise, Silmara e Valéria